PAPO DE VENDEDOR | EPISÓDIO #235

Vender para Grandes Empresas: O Que Muda, de Verdade, no Jogo Comercial

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Vender para grandes empresas não é apenas uma versão “mais lenta” da venda para PMEs.

É outro jogo, com outras regras, outros riscos e, principalmente, outra lógica de decisão.

Convidamos, mais uma vez, Jairo Sanches, Co-fundador e Sócio-Diretor do Software de Marketing 21LIVE e da Agência 21BRZ, para compartilhar aprendizados profundos de quem viveu anos dos dois lados da mesa — como fornecedor e como cliente em multinacionais.

“Quando alguém te contrata numa multinacional, ele não está só escolhendo um fornecedor. Ele está colocando o próprio cargo em risco.”

Jairo fala sobre as melhores estratégias de vendas para grandes empresas: identificação de tomadores de decisão, construção de relacionamento, gerenciamento de expectativas e as principais diferenças de vender para pequenas empresas e para multinacionais.

Vender para Grandes Empresas é Vender Confiança, Não Preço

A principal diferença entre vender para grandes empresas e vender para pequenas está na responsabilidade embutida na decisão.

Em uma multinacional, o profissional que lidera o projeto vira o padrinho da escolha — e responde por ela internamente.

“O que esse cara mais quer é um case de sucesso. Porque esse projeto pode render visibilidade, promoção… ou demissão.”

Por isso, o fornecedor mais barato raramente é o escolhido. O mais seguro, previsível e experiente quase sempre vence.

Uma história curiosa ilustra bem isso: Jairo Sanches ouviu de um comprador que preferiram contratar uma solução famosa do mercado — mesmo não sendo a melhor — porque, se desse errado, a decisão estaria “protegida”.

O risco pessoal fala mais alto que o desconto.

Múltiplos Stakeholders: Você Não Vende para Uma Pessoa

Ao vender para grandes empresas, a decisão raramente é individual.

Comitês, conselhos, compras, jurídico, compliance e áreas técnicas entram no jogo.

“Você precisa vender para 7 ou 8 pessoas. E nenhuma delas quer decidir sozinha.”

Por isso, identificar o key user (usuário-chave) é fundamental.

É ele quem vive a dor no dia a dia, defende o projeto internamente e traduz o valor da solução para os outros decisores.

“Se você não ajudar esse cara a brilhar lá dentro, você não fecha — e não permanece.”

O processo é rei

Em grandes empresas, você pode fazer a melhor reunião de vendas da sua vida e ainda assim não fechar.

Não porque o cliente não gostou, mas porque o processo simplesmente não acabou.

Enquanto em pequenas e médias empresas a decisão costuma ser rápida e concentrada, em grandes empresas o processo é:

  • Mais longo
  • Mais técnico
  • Mais político
  • Mais fragmentado

Isso exige do vendedor algo que vai além da persuasão: domínio de processo comercial e paciência estratégica.

Área Solicitante ≠ Área de Compras

Um erro comum de quem começa a vender para grandes empresas é negociar preço cedo demais — e com a pessoa errada.

Em multinacionais, a área solicitante identifica o problema, mas quem negocia é compras. E compras tem outra dor: saving.

“O bônus do comprador muitas vezes está atrelado ao quanto ele economiza no ano.”

Usar a linguagem certa faz toda a diferença:

“Quando você diz: ‘vou te ajudar com 6% de saving’, o rapport acontece na hora.”

Uma história real mostra o risco de não educar compras.

Uma agência perdeu um cliente para um concorrente que oferecia “posts ilimitados” por um terço do preço.

Um ano depois, o cliente voltou.

“Posts ilimitados não significam nada. Um Reels é um post? Um vídeo de uma hora é um post? Isso é vender descoberto.”

Paciência Ativa: Grandes Vendas Levam Tempo

Projetos em grandes empresas raramente fecham em semanas. Muitas vezes levam meses — ou anos.

“Já fechamos clientes com um ano e meio de negociação. Faz parte.”

Mas atenção: paciência não é passividade.

“Se você não plantar hoje um processo que leva um ano, daqui a um ano não acontece nada.”

Você deixa de ser apenas “o vendedor” e passa a ser:

  • Um especialista
  • Um parceiro de negócio
  • Alguém que entende o contexto do cliente

Quem entra tentando empurrar produto, sai rápido. Quem entra entendendo o problema, permanece.

Presencial Ainda é o Topo da Cadeia

Apesar do digital, o presencial segue imbatível em vendas complexas.

“O presencial humaniza. Você conhece a empresa, respira o ambiente, cria conexão real.”

Uma venda marcante da carreira de Jairo envolveu exatamente isso: uma proposta sete vezes mais cara venceu porque ele levou um diretor para falar com o CEO do cliente.

“Diretores gostam de falar com diretores. CEOs com CEOs.”

O resultado? Contrato fechado — e quase um acidente de carro de tanta comemoração.

Transparência e Previsibilidade: Champions League das Vendas

Vender para grandes empresas exige outro nível de profissionalismo.

“Não dê surpresas. E se for dar, que seja surpresa boa.”

Emails bem escritos, apresentações claras, documentação impecável e previsibilidade de entregas não são diferenciais — são o mínimo.

“Tem menos espaço para erro. É Champions League.”

Política Corporativa Existe (E Ignorá-la Custa Caro)

Vendas enterprise envolvem leitura de cenário, poder e timing.

“Você precisa ler o momento do profissional, a relação dele com o gestor e até se ele está em risco.”

Uma história dura ilustra isso: após meses ajudando um gestor imaturo, a agência perdeu o contrato quando ele jogou a culpa em terceiros numa reunião crítica.

“Foi uma lição de política corporativa. Eu não fiz a leitura certa.”

O risco não é apenas financeiro. É também:

  • Risco de imagem
  • Risco político interno
  • Risco de carreira para quem aprova

Numa multinacional, quem aprova uma compra está, de certa forma, assinando junto.

Se der errado, o CPF emocional é dele.

Por isso, grandes empresas tendem a:

  • Pedir mais provas
  • Exigir mais referências
  • Questionar mais detalhes técnicos

O vendedor que entende isso para de pressionar e começa a reduzir risco percebido.

O Mapa da Venda Enterprise

O que vendedores precisam desenvolver para vender para grandes empresas é claro:

  1. Entender processos de compras complexos
  2. Saber lidar com múltiplos stakeholders
  3. Ter repertório técnico e de negócio
  4. Desenvolver escuta ativa e leitura política
  5. Construir confiança antes de tentar fechar

E lembre-se sempre de seguir o ritmo mais apropriado: com follow-ups estratégicos, leitura de cenário interno e capacidade de avançar mesmo sem respostas imediatas.

Quem não aguenta esse ritmo, normalmente desiste antes da colheita.

O Verdadeiro Objetivo: Fazer o Cliente Brilhar

No fim, vender para grandes empresas é ajudar o cliente a ter sucesso interno.

“Quem tem que aparecer é o cliente, não você.”

Quando isso acontece, o fornecedor deixa de ser fornecedor e vira parceiro.

“Se você ajuda o cliente a crescer, ele compra de você de novo. Simples assim.”

Aproveite e confira a primeira participação de Jairo Sanches no Papo de Vendedor, falando sobre um assunto fundamental para vendas enterprise: “PROPOSTA COMERCIAL! Como desenvolver, apresentar e GERAR VALOR para o cliente!

 

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Conheça o convidado(a)

Jairo Sanches

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