PAPO DE VENDEDOR | EPISÓDIO #223

Alta Performance: As Lições de Quem Correu 366 Maratonas em 366 Dias

Assista também no Youtube:

Alta performance é construída quando alguém escolhe ir além do conforto e para de negociar com seus limites.

Você abandonaria uma carreira de sucesso para empreender em um projeto que nunca foi realizado?

Nosso convidado conseguiu provar, mais uma vez, como o planejamento e a disciplina são determinantes para alcançar qualquer objetivo, até mesmo os mais impossíveis.

Hugo Farias, idealizador do Projeto Propósito e recordista de maratonas do Guinness World Records, vem contar como construiu seu recorde e ensinar tudo sobre planejamento de longo prazo, controle da mentalidade, gerenciamento de riscos e resiliência para se manter de pé diante de desafios quase impossíveis.

Alta Performance: Hugo Farias e a construção de um feito extraordinário

Empreender na própria vida exige coragem, planejamento e disposição para viver o desconforto.

Essa é a essência da história de Hugo Farias, idealizador do Projeto Propósito, que consistiu em correr 366 maratonas em 366 dias, sem pausas, sem plano B e com um propósito claro: inspirar pessoas comuns a acreditarem que são capazes de fazer coisas extraordinárias.

Após 22 anos de carreira no mundo corporativo, atuando em grandes operações de tecnologia e lidando diariamente com crises, Hugo decidiu interromper uma trajetória sólida para investir em algo muito maior do que um cargo ou um salário.

Ele escolheu usar a maratona como veículo para empreender na própria vida e construir uma nova história.

Quem é Hugo Farias e por que esse projeto nasceu

Hugo Farias tem formação técnica, trajetória executiva e experiência em gestão de grandes contratos, tendo atuado em empresas como a IBM.

Aos 42 anos, em um momento de reflexão profunda, ele percebeu que, apesar do sucesso profissional, sentia a necessidade de fazer algo com mais significado.

Inspirado por histórias como a de Amir Klink e pelo documentário 14 Picos, que mostra um alpinista escalando as 14 maiores montanhas do mundo em menos de sete meses, Hugo se perguntou:

“O que eu quero construir daqui pra frente?”

A resposta veio na forma de um desafio extremo.

A ideia era simples e, ao mesmo tempo, absurda para o senso comum: correr 42 quilômetros e 195 metros todos os dias, durante um ano completo. Não como um teste, mas como um compromisso definitivo.

Planejamento: tratar a vida como um projeto

Desde o início, Hugo decidiu estruturar o desafio como um projeto formal.

Ele abriu um PowerPoint e começou a responder perguntas fundamentais: o que fazer, por que fazer, qual o propósito, quais os riscos e quais recursos seriam necessários.

A ideia inicial era correr o Brasil inteiro, mas após conversas familiares, o projeto foi redesenhado para acontecer integralmente em Americana, cidade onde mora.

Essa decisão reduziu riscos e tornou o desafio mais sustentável do ponto de vista familiar.

O mapeamento de riscos foi claro: lesões, queda de imunidade, acidentes, desgaste físico e emocional.

Tudo estava previsto. Nada foi romantizado. A diferença é que, mesmo diante desses riscos, a decisão já estava tomada.

Equipe, colaboração e confiança

Hugo sabia que não chegaria ao fim sozinho. Por isso, montou uma equipe multidisciplinar com treinador, nutricionista, psicóloga, fisioterapeuta, ortopedista, cardiologista e acompanhamento do INCOR.

O desafio não foi apenas reunir profissionais qualificados, mas fazê-los trabalhar de forma integrada.

No início, muitos não acreditavam que o projeto fosse possível. Outros desistiram antes mesmo de começar. Ainda assim, os que permaneceram aceitaram dar o melhor, mesmo sem total convicção.

A confiança veio com os resultados. À medida que Hugo seguia entregando, dia após dia, a execução passou a validar a visão.

O trabalho em equipe se fortaleceu justamente no momento mais crítico do projeto.

A lesão e o maior teste do projeto

Por volta da maratona 150, Hugo sofreu uma lesão grave na virilha, diagnosticada como pubalgia.

Uma lesão incapacitante, que normalmente exige repouso absoluto. Parar significaria encerrar o projeto.

Esse foi o momento em que o planejamento se encontrou com a resiliência.

A equipe foi acionada, os riscos foram reavaliados e uma decisão difícil foi tomada: reduzir intensidade, substituir corrida por caminhada e fazer recuperação ativa.

Durante alguns dias, Hugo caminhou até 10 horas por dia, segurando bolsa de gelo, ajustando alimentação, sono e carga física.

Aos poucos, voltou a trotar, depois a correr, em um ritmo mais confortável. A lesão não apenas foi superada como trouxe aprendizados importantes sobre impacto, percurso e gestão de esforço.

Ajustes, dados e adaptação constante

Durante o período de caminhada, Hugo percebeu algo importante: reduzir intensidade trouxe ganhos.

Ele recuperou peso, reduziu impacto articular e melhorou indicadores fisiológicos como frequência cardíaca média.

O projeto envolveu consumo aproximado de dois milhões de calorias ao longo do ano, cerca de seis mil por dia.

Exames constantes mostravam marcadores inflamatórios baixos, adaptação do corpo e estabilidade hormonal. Seu corpo foi se adaptando e criando uma verdadeira blindagem fisiológica.

Sem qualquer tipo de reposição hormonal, os níveis de testosterona chegavam naturalmente a 800, sustentados apenas por disciplina, rotina e cuidado com a saúde.

A suplementação se limitava ao essencial: ômega 3 e vitamina D, mantida entre 40 e 60, sempre acompanhada por exames de sangue a cada dois meses.

Indicadores como o CPK, marcador inflamatório que costuma disparar em esforços extremos, permaneciam em torno de 180 — um número surpreendentemente baixo para a carga física envolvida, que facilmente poderia ultrapassar 1.000.

O corpo respondeu, se ajustou e provou que adaptação e consistência podem levar a um nível de desempenho que muitos considerariam impossível.

Cada ajuste era tratado como parte de um ciclo de melhoria contínua. Identificar causa raiz, testar mudanças e validar resultados fazia parte da rotina diária.

Família, riscos e decisões difíceis

Um dos pontos mais delicados foi a relação com a família.

Hugo sabia que sua decisão geraria medo, insegurança e resistência. Por isso, optou por assumir o risco sozinho, pedindo demissão antes mesmo de ter apoio total.

Ele acreditava no propósito, no legado que queria construir e na capacidade de sustentar aquela escolha. Com o tempo, os resultados vieram e o apoio também.

As crianças passaram a se envolver no projeto, participar dos eventos e sentir orgulho do pai.

O que começou como estranhamento virou admiração. Dentro de casa, o impacto foi tão grande quanto fora dela.

Mentalidade: foco no hoje para sustentar o impossível

Desde o início, Hugo deixou claro para si mesmo: não entrou no projeto para ver se daria certo. Tinha que dar certo. Não havia plano B.

A estratégia mental foi dividir o desafio em etapas menores.

A meta não era pensar na maratona 365 todos os dias, mas vencer a semana, depois os 30 dias, depois os 60.

A única entrega diária era clara: 42 km e 195 metros.

Essa mentalidade foi fundamental para sustentar a alta performance ao longo de um ano inteiro, mesmo diante de críticas, dores, pressão financeira e abdicações pessoais.

Disciplina, rotina e abdicações conscientes

O projeto exigiu abdicações reais: viagens canceladas, festas reduzidas, alimentação controlada, sono priorizado e recuperação levada a sério.

Hugo não deixou de viver, mas aprendeu a escolher.

Eventos familiares continuaram acontecendo, mas com ajustes. Ele comia antes, saía mais cedo e mantinha a rotina.

Datas como Natal, Ano Novo e Carnaval foram vividas com disciplina total.

Essa consistência diária foi o que blindou o corpo, manteve a imunidade alta e permitiu que o desafio fosse concluído sem novas lesões.

Reconhecimento, Guinness e legado

Antes mesmo de começar, Hugo se inscreveu no Guinness World Records.

O recorde anterior era de 82 maratonas consecutivas. Ele se propôs a fazer 366. Após oito meses de análise e validação de dados, o recorde foi confirmado.

Apesar do reconhecimento, esse nunca foi o objetivo principal.

O projeto também gerou contribuição científica, com acompanhamento do INCOR, e abriu portas para palestras, produtos, eventos esportivos, livro e programas de mentoria.

A alta performance aqui não está apenas no físico, mas na capacidade de sustentar uma visão até o fim.

Empreender na própria vida

Ao final do projeto, Hugo não apenas concluiu um feito inédito, mas iniciou uma nova fase profissional.

Hoje ele empreende com palestras, produtos, mentoria e projetos de conteúdo, levando sua história para empresas e pessoas que buscam mais sentido no que fazem.

Mais do que correr maratonas, o Projeto Propósito mostrou que disciplina, planejamento, trabalho em equipe e mentalidade são pilares transferíveis para qualquer área da vida.

No fim, a maior conquista não foi o recorde, mas o exemplo deixado.

A verdadeira alta performance está em viver alinhado com o próprio propósito e ter coragem de construir a própria história, mesmo quando ninguém mais enxerga o caminho.

Do Projeto Propósito aos novos desafios

No campo esportivo, o próximo projeto é ainda mais ambicioso.

Planejado para 2025, o desafio é se tornar o primeiro ser humano a correr toda a extensão das Américas, do Alasca até Ushuaia, na Argentina.

Serão aproximadamente 240 dias, com uma meta de 100 km por dia — mais do que o dobro do Projeto Propósito.

O percurso atravessa todos os tipos de clima, terreno e contextos sociais.

Estradas movimentadas, desertos, regiões remotas e países com desafios logísticos e de segurança. Por isso, o projeto exige uma equipe de apoio, uso de trailer para garantir autonomia e um planejamento minucioso de rotas, paradas e recuperação.

Viva o desconforto

Hugo se define como vendedor e empreendedor.

Para ele, empreender é aceitar viver no desconforto constante. Ainda assim, ele afirma que os últimos dois anos foram os mais produtivos da sua vida, com resultados superiores a tudo o que construiu antes.

A pergunta deixou de ser “o que eu possuo?” e passou a ser “qual impacto eu gero?”.

Essa mentalidade sustenta não apenas projetos extremos, mas uma vida guiada por propósito e alta performance.

No fim, a provocação permanece: por que você acorda todos os dias e que marca quer deixar no mundo?

Essa resposta, segundo Hugo, é o verdadeiro combustível da alta performance.

E aí, ficou motivado com a história do Hugo? Então aproveite para conferir o nosso conteúdo especial sobre “PREPARAÇÃO MENTAL! Como treinar a mente para não desistir!“, com Saulo Arruda, ultramaratonista!

Gostou do nosso conteúdo? Comente e Compartilhe!!!  

O Super Vendedores realiza consultorias para empresas (B2B) e treinamentos em vendas para vendedores! Entre em contato conosco para entender como podemos trabalhar juntos.

Conheça o convidado(a)

Hugo Farias
Programa de Aceleração - Super Vendedores
Programa de Aceleração - Super Vendedores

Aprenda a metodologia de vendas consultivas que está ajudando profissionais a dobrarem suas vendas em até 3 meses

Participe do treinamento online de vendas de 14 encontros que já ajudou mais de 3.000 vendedores a se especializarem em vendas consultivas e dobrarem seus resultados em 3 meses.

Seja o primeiro a receber os próximos conteúdos

Cadastre-se na nossa newsletter para receber em primeira mão todos os episódios e materiais extras.

Descubra a solução ideal para te ajudar a vender mais

Agende uma reunião estratégica com nossos consultores e descubra como podemos ajudar você, profissional de vendas ou gestor, a como vender mais, melhor e com mais lucro.