Alta performance é construída quando alguém escolhe ir além do conforto e para de negociar com seus limites.
Você abandonaria uma carreira de sucesso para empreender em um projeto que nunca foi realizado?
Nosso convidado conseguiu provar, mais uma vez, como o planejamento e a disciplina são determinantes para alcançar qualquer objetivo, até mesmo os mais impossíveis.
Hugo Farias, idealizador do Projeto Propósito e recordista de maratonas do Guinness World Records, vem contar como construiu seu recorde e ensinar tudo sobre planejamento de longo prazo, controle da mentalidade, gerenciamento de riscos e resiliência para se manter de pé diante de desafios quase impossíveis.
Alta Performance: Hugo Farias e a construção de um feito extraordinário
Empreender na própria vida exige coragem, planejamento e disposição para viver o desconforto.
Essa é a essência da história de Hugo Farias, idealizador do Projeto Propósito, que consistiu em correr 366 maratonas em 366 dias, sem pausas, sem plano B e com um propósito claro: inspirar pessoas comuns a acreditarem que são capazes de fazer coisas extraordinárias.
Após 22 anos de carreira no mundo corporativo, atuando em grandes operações de tecnologia e lidando diariamente com crises, Hugo decidiu interromper uma trajetória sólida para investir em algo muito maior do que um cargo ou um salário.
Ele escolheu usar a maratona como veículo para empreender na própria vida e construir uma nova história.
Quem é Hugo Farias e por que esse projeto nasceu
Hugo Farias tem formação técnica, trajetória executiva e experiência em gestão de grandes contratos, tendo atuado em empresas como a IBM.
Aos 42 anos, em um momento de reflexão profunda, ele percebeu que, apesar do sucesso profissional, sentia a necessidade de fazer algo com mais significado.
Inspirado por histórias como a de Amir Klink e pelo documentário 14 Picos, que mostra um alpinista escalando as 14 maiores montanhas do mundo em menos de sete meses, Hugo se perguntou:
“O que eu quero construir daqui pra frente?”
A resposta veio na forma de um desafio extremo.
A ideia era simples e, ao mesmo tempo, absurda para o senso comum: correr 42 quilômetros e 195 metros todos os dias, durante um ano completo. Não como um teste, mas como um compromisso definitivo.
Planejamento: tratar a vida como um projeto
Desde o início, Hugo decidiu estruturar o desafio como um projeto formal.
Ele abriu um PowerPoint e começou a responder perguntas fundamentais: o que fazer, por que fazer, qual o propósito, quais os riscos e quais recursos seriam necessários.
A ideia inicial era correr o Brasil inteiro, mas após conversas familiares, o projeto foi redesenhado para acontecer integralmente em Americana, cidade onde mora.
Essa decisão reduziu riscos e tornou o desafio mais sustentável do ponto de vista familiar.
O mapeamento de riscos foi claro: lesões, queda de imunidade, acidentes, desgaste físico e emocional.
Tudo estava previsto. Nada foi romantizado. A diferença é que, mesmo diante desses riscos, a decisão já estava tomada.
Equipe, colaboração e confiança
Hugo sabia que não chegaria ao fim sozinho. Por isso, montou uma equipe multidisciplinar com treinador, nutricionista, psicóloga, fisioterapeuta, ortopedista, cardiologista e acompanhamento do INCOR.
O desafio não foi apenas reunir profissionais qualificados, mas fazê-los trabalhar de forma integrada.
No início, muitos não acreditavam que o projeto fosse possível. Outros desistiram antes mesmo de começar. Ainda assim, os que permaneceram aceitaram dar o melhor, mesmo sem total convicção.
A confiança veio com os resultados. À medida que Hugo seguia entregando, dia após dia, a execução passou a validar a visão.
O trabalho em equipe se fortaleceu justamente no momento mais crítico do projeto.
A lesão e o maior teste do projeto
Por volta da maratona 150, Hugo sofreu uma lesão grave na virilha, diagnosticada como pubalgia.
Uma lesão incapacitante, que normalmente exige repouso absoluto. Parar significaria encerrar o projeto.
Esse foi o momento em que o planejamento se encontrou com a resiliência.
A equipe foi acionada, os riscos foram reavaliados e uma decisão difícil foi tomada: reduzir intensidade, substituir corrida por caminhada e fazer recuperação ativa.
Durante alguns dias, Hugo caminhou até 10 horas por dia, segurando bolsa de gelo, ajustando alimentação, sono e carga física.
Aos poucos, voltou a trotar, depois a correr, em um ritmo mais confortável. A lesão não apenas foi superada como trouxe aprendizados importantes sobre impacto, percurso e gestão de esforço.
Ajustes, dados e adaptação constante
Durante o período de caminhada, Hugo percebeu algo importante: reduzir intensidade trouxe ganhos.
Ele recuperou peso, reduziu impacto articular e melhorou indicadores fisiológicos como frequência cardíaca média.
O projeto envolveu consumo aproximado de dois milhões de calorias ao longo do ano, cerca de seis mil por dia.
Exames constantes mostravam marcadores inflamatórios baixos, adaptação do corpo e estabilidade hormonal. Seu corpo foi se adaptando e criando uma verdadeira blindagem fisiológica.
Sem qualquer tipo de reposição hormonal, os níveis de testosterona chegavam naturalmente a 800, sustentados apenas por disciplina, rotina e cuidado com a saúde.
A suplementação se limitava ao essencial: ômega 3 e vitamina D, mantida entre 40 e 60, sempre acompanhada por exames de sangue a cada dois meses.
Indicadores como o CPK, marcador inflamatório que costuma disparar em esforços extremos, permaneciam em torno de 180 — um número surpreendentemente baixo para a carga física envolvida, que facilmente poderia ultrapassar 1.000.
O corpo respondeu, se ajustou e provou que adaptação e consistência podem levar a um nível de desempenho que muitos considerariam impossível.
Cada ajuste era tratado como parte de um ciclo de melhoria contínua. Identificar causa raiz, testar mudanças e validar resultados fazia parte da rotina diária.
Família, riscos e decisões difíceis
Um dos pontos mais delicados foi a relação com a família.
Hugo sabia que sua decisão geraria medo, insegurança e resistência. Por isso, optou por assumir o risco sozinho, pedindo demissão antes mesmo de ter apoio total.
Ele acreditava no propósito, no legado que queria construir e na capacidade de sustentar aquela escolha. Com o tempo, os resultados vieram e o apoio também.
As crianças passaram a se envolver no projeto, participar dos eventos e sentir orgulho do pai.
O que começou como estranhamento virou admiração. Dentro de casa, o impacto foi tão grande quanto fora dela.
Mentalidade: foco no hoje para sustentar o impossível
Desde o início, Hugo deixou claro para si mesmo: não entrou no projeto para ver se daria certo. Tinha que dar certo. Não havia plano B.
A estratégia mental foi dividir o desafio em etapas menores.
A meta não era pensar na maratona 365 todos os dias, mas vencer a semana, depois os 30 dias, depois os 60.
A única entrega diária era clara: 42 km e 195 metros.
Essa mentalidade foi fundamental para sustentar a alta performance ao longo de um ano inteiro, mesmo diante de críticas, dores, pressão financeira e abdicações pessoais.
Disciplina, rotina e abdicações conscientes
O projeto exigiu abdicações reais: viagens canceladas, festas reduzidas, alimentação controlada, sono priorizado e recuperação levada a sério.
Hugo não deixou de viver, mas aprendeu a escolher.
Eventos familiares continuaram acontecendo, mas com ajustes. Ele comia antes, saía mais cedo e mantinha a rotina.
Datas como Natal, Ano Novo e Carnaval foram vividas com disciplina total.
Essa consistência diária foi o que blindou o corpo, manteve a imunidade alta e permitiu que o desafio fosse concluído sem novas lesões.
Reconhecimento, Guinness e legado
Antes mesmo de começar, Hugo se inscreveu no Guinness World Records.
O recorde anterior era de 82 maratonas consecutivas. Ele se propôs a fazer 366. Após oito meses de análise e validação de dados, o recorde foi confirmado.
Apesar do reconhecimento, esse nunca foi o objetivo principal.
O projeto também gerou contribuição científica, com acompanhamento do INCOR, e abriu portas para palestras, produtos, eventos esportivos, livro e programas de mentoria.
A alta performance aqui não está apenas no físico, mas na capacidade de sustentar uma visão até o fim.
Empreender na própria vida
Ao final do projeto, Hugo não apenas concluiu um feito inédito, mas iniciou uma nova fase profissional.
Hoje ele empreende com palestras, produtos, mentoria e projetos de conteúdo, levando sua história para empresas e pessoas que buscam mais sentido no que fazem.
Mais do que correr maratonas, o Projeto Propósito mostrou que disciplina, planejamento, trabalho em equipe e mentalidade são pilares transferíveis para qualquer área da vida.
No fim, a maior conquista não foi o recorde, mas o exemplo deixado.
A verdadeira alta performance está em viver alinhado com o próprio propósito e ter coragem de construir a própria história, mesmo quando ninguém mais enxerga o caminho.
Do Projeto Propósito aos novos desafios
No campo esportivo, o próximo projeto é ainda mais ambicioso.
Planejado para 2025, o desafio é se tornar o primeiro ser humano a correr toda a extensão das Américas, do Alasca até Ushuaia, na Argentina.
Serão aproximadamente 240 dias, com uma meta de 100 km por dia — mais do que o dobro do Projeto Propósito.
O percurso atravessa todos os tipos de clima, terreno e contextos sociais.
Estradas movimentadas, desertos, regiões remotas e países com desafios logísticos e de segurança. Por isso, o projeto exige uma equipe de apoio, uso de trailer para garantir autonomia e um planejamento minucioso de rotas, paradas e recuperação.
Viva o desconforto
Hugo se define como vendedor e empreendedor.
Para ele, empreender é aceitar viver no desconforto constante. Ainda assim, ele afirma que os últimos dois anos foram os mais produtivos da sua vida, com resultados superiores a tudo o que construiu antes.
A pergunta deixou de ser “o que eu possuo?” e passou a ser “qual impacto eu gero?”.
Essa mentalidade sustenta não apenas projetos extremos, mas uma vida guiada por propósito e alta performance.
No fim, a provocação permanece: por que você acorda todos os dias e que marca quer deixar no mundo?
Essa resposta, segundo Hugo, é o verdadeiro combustível da alta performance.
E aí, ficou motivado com a história do Hugo? Então aproveite para conferir o nosso conteúdo especial sobre “PREPARAÇÃO MENTAL! Como treinar a mente para não desistir!“, com Saulo Arruda, ultramaratonista!
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